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CELULAR FAZ MAL? O QUE OS ESTUDOS DIZEM

O uso do telefone celular causa algum impacto em nosso cérebro e nosso corpo? Qual evidência científica que temos? O celular faz mal para nós?

A internet está comemorando 52 anos, mas começou a entrar em nossas casas há 27 anos, e há cerca de dez anos que a carregamos conosco, dentro de nossos celulares – que é o famoso smartphone (celular).

Acho que a primeira pergunta que está nos incomodando hoje em dia é se as pessoas podem realmente ficar viciadas no smartphone, e a conclusão é sim o celular pode nos fazer mal!

Smartphone e sua dependência

A dependência do smartphone mudará nosso comportamento e mudarão o funcionamento do nosso cérebro, como os outros vícios. Então, sabemos que existe o perigo de desenvolver o vício em celular e com isso acarretar em mal, e tem um nome oficial “Nomofobia” que não é fobia de celular, mas sim o medo de ficar sem o celular e não ter as informações do dia a dia.

Ela é mais relativa à forma como se utiliza o aparelho.

E o medo de ficar sem celular leva a outro comportamento chamado hikikomori – que é um termo japonês que significa retraimento social severo. Há um estudo muito recente que foi feito com 60 jovens, de 18 a 30 anos, saudáveis, mas que se declararam dependentes do celular.

O que este estudo fez? Eles decidiram analisar os cérebros dessas pessoas em duas redes cerebrais, que são justamente as redes que vemos que estão alteradas em pessoas que têm problema de dependência, mas vejam – essas pessoas eram saudáveis ​​e só disseram que eram dependentes de telefones celulares.

Conclusão da análise cerebral

E qual foi a conclusão? Ou seja, neste grupo essas duas redes também foram alteradas, indicando que podemos ficar viciados no smartphone.

Mas o que nós não sabemos é se o celular causa o transtorno cerebral ou se é a pessoa que já tem uma propensão ou essas redes alteradas que fica enganchada no celular.

Não sabemos porque o celular é algo muito novo em nossa vida, e a ciência não teve tempo de saber exatamente as consequências sobre esse assunto  ao longo do tempo. Aqui, aliás, vale o alerta.

Como não sabemos, precisamos ter cuidado, pois todo mundo que tem histórico familiar de dependência deve ter mais cuidado com esse mal, mas quem não tem alguém na família viciado em alguma coisa?

E vale lembrar que a TV e as telas de computador trouxeram para a nossa vida um aumento do sedentarismo e também  trouxe um gigantesco aumento da miopia entre nós.

O tempo de exposição em frente à TV e telas em geral e, com o uso de telefones celulares, corre-se o risco de aumentar ainda mais o número de miopias.

Fuga de cérebros

Há uma pesquisa interessante que estudou a hipótese da fuga de cérebros. O que eles fizeram? Eles testaram algumas centenas de estudantes americanos para verificar se a mera presença do smartphone poderia esgotar a capacidade de raciocínio que em ciência, chamamos de capacidade cognitiva.

E o que eles fizeram? Eles testaram esses alunos em três condições:

1-O celular na mesa

2-O celular dentro da mochila

3-O celular em outra sala de aula.

Qual foi a conclusão? Que quanto mais próximo o celular, maior a fuga de cérebros e, além disso, quanto maior a dependência do aluno, pior a capacidade de raciocínio.

Um estudo que acaba de ser publicado, com 265 chineses, descobriu que quanto maior a dependência de celular no primeiro ano da faculdade, maiores são as chances de ter problemas com depressão e ansiedade no terceiro ano da faculdade.

Porém, os alunos que apresentaram esse cenário no primeiro ano e receberam atendimento no segundo ano, as chances de ter problemas de depressão e ansiedade foram bastante reduzidas.

Um estudo japonês com quase 500 alunos, também na faculdade, mostra que os homens jovens preferem ficar online jogando e as mulheres preferem navegar nas redes sociais.

E isso nos ajuda a entender por que meninas e mulheres que passam mais tempo na rede social são mais propensas a ter problemas com depressão e ansiedade.

Meta-análise

Temos centenas de estudos avaliando depressão e ansiedade, mas quando juntamos todos para serem analisados, que é o que chamamos de meta-análise, chegamos à seguinte conclusão: 1 em cada 4 crianças e 1 em cada 4 jovens terão problemas com telefones celulares e, esses problemas, não são apenas com depressão ou ansiedade, mas também com estresse e problemas de sono.

E por falar em sono, quanto mais você usa seu celular celular à noite maiores as chances de piorar o sono pois desregula a produção do hormônio do sono e tem muitos jovens que usam aplicativos para filtrar a luz para não atrapalhar a produção desse hormônio, mas o que sabemos é que esses filtros não funcionam muito bem.

Celular pode causar tumor cerebral?

Outra questão que, em geral, as pessoas têm dúvidas, é se o uso do celular pode causar tumor cerebral e a resposta é: Parece que não!

Porque dois estudos de grande escala, um na Dinamarca e outro nos Estados Unidos mostra que o número de câncer no cérebro ao longo dos anos se mantém estável e se falar ao celular realmente causou esses cânceres esses números deveriam ter aumentado.

Mas pode causar dor de cabeça? A resposta é sim! Mas não para todos. As chances de dor de cabeça aumentam para quem fala muito no celular e para quem tem má postura ao usá-lo. Neste caso o celular faz um grande mal à sua saúde!

Então, e as dores musculares? A postura é essencial para evitar dores de cabeça e dores musculares. Principalmente no pescoço e nas costas. Então, qual é a postura ideal?

A postura ideal para uso do celular

Todos os estudos indicam que a postura ideal para o uso do celular é de 0 a 15 graus. Mas a maioria das pessoas inclina muito mais do que 15 graus. Além disso, usar o celular em pé tem menor probabilidade de desenvolver dores musculares do que sentado porque, em geral, na posição sentada as pessoas têm uma postura pior.

Além disso, essas dores musculares, quando instaladas, podem evoluir para uma condição chamada desordem muscular esquelética, que é muito mais difícil de tratar.

Mas, novamente, porque o smartphone é algo muito novo em nossas vidas, não podemos falar sobre o uso crônico e as consequências daqui a décadas.

Afinal, quantos anos usamos o celular? Mas temos que lembrar e, principalmente, para as crianças, que o corpo em movimento é saudável. Portanto, o uso do telefone celular não pode substituir a atividade em movimento.

Impacto nos relacionamentos

E a pergunta que mais aflige as pessoas ultimamente é se o celular impacta na qualidade dos nossos relacionamentos, namoro, amizade, pais e filhos. Esta parece uma pergunta bem óbvia, porque a gente sente que atrapalha, mas mesmo então, temos evidências científicas para isso.

Um grupo monitorou 174 millennials (termo usado para designar a geração posterior à X. As pessoas que nasceram entre 1981 a 1995), 5 vezes ao dia, durante uma semana inteira. O que eles verificaram?

A resposta é que quando a pessoa está dividida entre a presença de alguém e o celular, ela se sente mais desconectada do que quando estava apenas com a pessoa.

Não leve o celular para a mesa

O título deste estudo é muito interessante “abaixe o telefone” que é o mesmo que dizer “não leve o celular para a mesa”. Este estudo junto com o estudo que mencionei antes, que quanto mais próximo o telefone pior a cognição, nos diz que quando você vai conhecer alguém, o ideal é que você não tenha o celular por perto.

Uma mesa de jantar não precisa ter o telefone em cima dela… porque em geral as pessoas pegam o telefone sem nem perceber.

Não há dúvidas de que o celular traz benefícios gigantescos e podemos dizer que o celular traz uma revolução para nossas vidas e uma melhoria.

Isto é o que pode ser comparado à invenção da escrita, onde, tanto na escrita quanto no celular, temos uma forma ativa de interação, diferente da televisão e do rádio, que era passiva. Usando com moderação, o celular não faz mal!

Conclusão

Com o celular, podemos estar perto de quem está extremamente longe. Com o celular, criamos várias formas de inteligência coletiva.

Mas todos esses estudos dizem que precisamos usar o celular para nosso benefício e não sermos dominados por ele fazendo-nos mal. Contudo vale à pena continuar atento ao que os cientistas vão nos dizer. Já somos seres digitais e o que precisamos é ter certeza de que somos digitais com consciência.

Muito obrigado por nos acompanhar  na leitura deste POST !

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